Goleiro do Santos sofreu graves ofensas racistas
A partida entre Santos e Grêmio pelas oitavas-de-final da Copa do Brasil de 2014 ficou marcada de maneira negativa por conta de um episódio lamentável de racismo contra o goleiro santista Aranha. O goleiro teve uma grande atuação e garantiu a vitória do Peixe por 2 a 0 na Arena do Grêmio. No fim da partida, ele foi insultado por torcedores do clube gaúcho, e câmeras de transmissão da TV flagaram o momento.
A imagem de uma torcedora gremista chamando Aranha de “macaco” repercutiu em todo o país. O goleiro ficou revoltado na saída de campo e expressou sua indignação na entrevista pós-jogo: “A outra vez que viemos aqui jogar a Copa do Brasil tinha campanha contra racismo, não é à toa. Xingar, pegar no pé é normal. Agora me chamaram de ‘preto fedido, seu preto, cambada de preto’. Estava me segurando. Quando começou o corinho com sons de macaco eu até pedi para o câmera filmar, eu fiquei p… .Quem joga aqui sabe, sempre tem racista no meio deles. Está dado o recado, agora é ficar esperto para a próxima”
Aranha optou por não prestar queixa na polícia após o ocorrido. Os torcedores flagrados pegariam de um a três anos de prisão após cometerem o crime de injúria racial. No lugar da pena, eles aceitaram se apresentar a uma delegacia uma hora antes de cada jogo do Grêmio em Porto Alegre durante seis meses.
Os companheiros do goleiro também lamentaram a situação. “A gente vive em uma democracia. Acho que todos são iguais, independentemente da cor. Isso é lamentável no futebol (…) Tem que ser banido do futebol. Não deve nem entrar no estádio. O Aranha foi muito feliz em denunciar, porque só assim a gente combate isso”, afirmou o zagueiro Edu Dracena em entrevista para a ESPN Brasil.
Aranha encerrou sua carreira em 2018, atuando pelo Avaí. No Peixe, realizou 123 partidas, conquistando títulos como a Copa Libertadores (2011) e a Recopa Sulamericana (2012).